quarta-feira, 22 de novembro de 2017

A POESIA NÃO PRECISA DE MIM

    NALDOVELHO

    A poesia não precisa de mim,
    a palavra que brota assombrada, sim!
    E ela escorre adocicada
    na mistura de veneno e orvalho
    com o medo de morrer num naufrágio,
    da necessidade de seguir em viagem
    com a esperança que levo na bagagem,
    do sangue que se arrasta em minhas veias
    com os feitiços conjurados na lua cheia,
    da solidão que me envolve e alicia
    com a mania de acreditar em magia.
    
    A poesia não precisa de mim!
    Eu é que preciso dela até o fim.

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