NALDOVELHO
Nada mais levarei
além da vida que me consome,
nem mesmo o poema que tem o seu nome,
eu levarei.
Não levarei o esquecimento das
pessoas,
as lágrimas que às vezes escoam,
os espinhos dos amores que eu
inventei,
mesmo os versos que eu lhes dediquei,
não levarei.
Nada mais levarei
além da magia dos sonhos que eu
sonhei,
mesmo os pesadelos em que eu me
enredei,
não levarei.
Não levarei a inquietude, as perdas,
o quanto eu errei,
a nostalgia que habita minhas madrugadas,
os descaminhos de minha jornada,
nem mesmo as saudades que por tolice
eu chorei,
eu levarei.
Nada mais levarei
além da esperança que permeia o meu
entardecer,
nem mesmo a solidão que costuma me
corroer,
eu levarei...
Mesmo a inevitável dor da minha
morte,
não levarei.
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