NALDOVELHO
A sombra que trago comigo
gosta de se intrometer em minha vida,
de influir nas coisas que eu faço,
de direcionar todos os meus passos,
acha que é a dona do meu umbigo
e se alimenta do meu tormento.
Outro dia de tão irritado,
perguntei-lhe exasperado:
sombra que nunca se sacia,
declare aos quatro ventos o seu nome.
E ela ironicamente me perguntou:
então mesmo depois de tanto tempo
você ainda não sabe?
E de pronto sussurrou em meus ouvidos:
meu nome é poesia,
e eu sou sua benção e maldição.
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