NALDOVELHO
Já não sei se eu vou abrir a porta,
ou se eu vou morrer de fome,
se vou gritar Teu nome
ou se isto já não importa.
Já não sei se eu sou um homem,
ou um bicho com muita fome,
se abro a porta da frente,
ou se continuo um descrente.
Já não sei se acredito em magia,
e se continuo a escrever poesias,
ou se rasgo todos os meus livros
e perco de uma vez o juízo.
Já não sei do Deus que me devora,
nem do tempo que vivo agora,
do passado que me consome
ou do futuro que me absolve.
Temo que eu só consiga Te merecer
o dia que eu deixar de ser.
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