NALDOVELHO
No chão
escorregadio
poças d’água
espalhadas, arrepio.
No espelho, a
imagem da lua refletida
e uma vontade
enorme de ir embora,
pois a noite me
chama lá fora,
ainda assim eu
permaneço aqui dentro,
envolto em meus pensamentos.
A vidraça
embaçada denuncia
uma madrugada
friorenta que implora
por gotas de
orvalho sobre a relva sedenta.
Muita neblina impede
que eu veja o caminho,
mas ainda assim
eu sei que ele está por lá.
Espalhados pela
casa um amontoado de sonhos
e a imagem da lua
aprisionada em meus olhos.
Aqui dentro um
emaranhado de fios,
em minhas costas
a marca dos teus dentes
e em meu corpo o
desejo, a inquietude, o delírio.
Um sol pálido e
cheio de preguiça,
se arrasta, se
esforça, e finalmente nasce.
Águas revoltas de
um rio avisam,
que nem faz muito
tempo eu cheguei por aqui,
mas que sem
minhas asas eu não posso partir.
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