NALDO VELHO
Dedicado a poeta Rivkah Cohen
Que os teus
versos eram inquietos?
Disto eu já
sabia!
Já que na
promiscuidade das vogais
acasaladas às
consoantes,
costumas gerar
palavras inúmeras,
adjetivas, substantivas,
e até verbos?
Nada de novo!
Só não sabia
das tramas,
feitiços que
elas eram capazes de urdir.
Agora não tem
mais jeito!
Palavra
projetada em poema,
vibra no espaço
e retorna;
o bom filho a
casa torna
e traz consigo
o carinho
de energias
benfazejas,
de sementes
outras, belezas,
poemas escritos
distantes,
por mãos
incógnitas fronteiras,
de quem não
viveu teus dramas,
mas é capaz
compreender.
Pois aquilo que
mais almejas,
é a certeza da Paz duradoura
com todos em
volta de uma mesma mesa,
não importando
o credo ou a raça,
e se a
semântica nos põe em desgraça,
a poesia a tudo
conserta,
mostra que o
amor e mais forte,
e acreditar
nisto é preciso!
Pois a paz
duradoura entre os homens
há de ser nosso
grande tesouro,
é só continuar
vibrando inquietude,
é só continuar
semeando esperança
para que um dia
possamos,
todos, colher
compreensão.
Quem bom minha
amiga querida!
A palavra
viajou pros distantes,
rompeu
fronteiras, semeou delicadezas,
e hoje retorna
ao teu colo
em forma de um
outro poema,
a mostrar que a
razão do poeta é mais forte,
é semente, o
cultivo e a colheita;
é a pretensão de
ser um mensageiro da Criação.