NALDOVELHO
O vento que assopra outono
encharca de entardecer meus
olhos,
talvez por ser vento de maio,
talvez por mexer em escombros.
Só sei que desencravo
memórias,
de ruas friorentas e desertas,
de janela convenientemente
entreaberta,
de música suave ao piano,
de intimidades sendo expostas,
de nostalgia batendo a porta,
de bordados em tecidos
estranhos,
de palavras sussurradas,
enganos,
faz tempo não sei de você.
O vento que venta em maio
traz inquietude pra dentro do
quarto
e goteja palavras de sonho,
poema que eu não saberia
escrever.
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