NALDOVELHO
A palavra suavidade
é íntima das tardes de outono,
do vento que invade minha casa,
da passarinhada que perambula
alegremente pela sala,
do cheirinho de café
coado sem pressa,
do sorriso que eu colho
ao dizer que te amo.
Tardes preguiçosas de maio,
propícias para o aconchego,
palavras sussurradas,
segredos,
e os seus olhos verdes
bordados
a alinhavar cumplicidades,
e o som da tua voz ao dizer:
desperta!
pois anoitece e a lua veio te
abençoar.
Em nós, a palavra delicadeza
reside nos mais variados
detalhes
presentes a cada momento
passado ao teu lado,
e no frescor da tua pele,
apesar dos tantos anos,
e no perfume que eu sinto
toda a vez que beijo teu
rosto,
e na excitação que surge
quando abraço o teu corpo.
A palavra poesia é cúmplice
dos momentos povoados de
sonhos.