NALDOVELHO
Nem sempre é raso,
nem sempre é liso;
muitas vezes ao homem é preciso
o exercício da aspereza,
o mergulho nas profundezas,
naufragar distante do cais,
ferir seu corpo nos arrecifes de corais,
soçobrar numa praia estranha
prisioneiro de sua própria sanha,
caminhar por ruas desertas
ao sabor das horas incertas.
O aprendizado do pesadelo
nos reduzirá a escombros,
nos estilhaçará por inteiro,
mas nos ensinará sobre o bom sonho...
O nosso acesso se dá entre os ais.