domingo, 12 de fevereiro de 2012

CABOCLA (ARQUIVO)


    NALDOVELHO

    Ela sabia a linguagem das águas
    e passava horas na margem de um rio
    a tecer palavras que eu não saberia pronunciar.
    E as águas que por ali corriam
    deixavam nas margens presentes,
    sementes trazidas dos longes
    e a vida por ali florescia tranquila
    como em nenhum outro lugar.

    E ela sabia a linguagem do vento,
    que pra ela ventava macio,
    e lentamente deixava em seu corpo
    a carícia suave de um tempo
    onde a delicadeza era oferenda sagrada.
    E a palavra extasiada em silêncio
    por toda a sabedoria que eu via
    e pela beleza que no ar existia.

    E ela sabia a linguagem das plantas
    que amanheciam passarinhada em festa
    e lhe ofertavam remédios que curam:
    alecrim, arruda, alfazema,
    aroeira, assa peixe e avenca,
    quebra pedra, pata de vaca, saião,
    camomila, erva doce e tapete de Oxalá...
    Quanto amor havia ali para se ofertar.

    E quando caminhava pelas trilhas,
    o ar perfumado agradecia
    a formosura daquela Cabocla,
    nascida numa aldeia distante,
    filha de Mamãe Oxum,
    protegida dos Orixás.    

2 comentários:

  1. Mestizo.

    NALDOVELHO


    She knew the language of water
    and spent hours on the Bank of to river
    the to whisper things that I would not know pronounce.
    And the waters by there ran
    left on the banks, gifts
    seeds brought from far
    and the quiet life by there flourished
    like nowhere else.


    And she knew the language of wind,
    that her software package was windy
    and slowly left in your body
    the gentle caress of to team
    where the delicacy was sacred offering.
    And the word entranced in silence
    road will be all the wisdom I
    and by the beauty that was in the air.


    And she knew the language of plants
    that were dawning when it was birded in party
    and you were offering healing remedies:
    Rosemary, collapses, lavender,
    pepper tree, it roasts avenca, fish and seafood
    Stone break, cow's duck, saião,
    Chamomile, fennel and let's hope mat...
    How much love there you it proffer.


    And when walking by the tracks,
    the fragrant air I
    the beauty of that Mestizo,
    born in the distant village,
    daughter of Mommy Oxum,
    protected from Orishas.


    Translation for English by Marlene Nass.

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  2. Métisse.


    NALDOVELHO



    Elle savait que la langue de l'eau
    et a passé des heures sur la rive du fleuve
    le chuchotement des choses que je ne saurais pas prononcer.
    Et les eaux par là a couru
    gauche sur les banques, les cadeaux
    graines de loin
    et la vie tranquille par là s'est épanouie
    comme nulle part ailleurs.



    Et elle savait que le langage du vent,
    que son logiciel a été venteux
    et lentement à gauche dans votre corps
    la douce caresse d'équipe
    où la délicatesse était une offrande sacrée.
    Et le mot transe en silence
    route sera toute la sagesse je
    et par la beauté, c'est dans l'air.



    Et elle savait que le langage des plantes
    qui ont été aube lorsqu'il a été birded en partie
    et vous offraient des remèdes de guérison :
    Rosemary, s'effondre, lavande,
    arbre de poivre, il torréfie avenca, poissons et fruits de mer
    Pause, canard de vache, saião, de Pierre
    Camomille, fenouil et espérons que mat...
    Combien il t'aime il soumettre.



    Et lorsque l'on marche par la voie ferrée,
    le parfum l'air I
    la beauté de cette métisse,
    né dans le village éloigné,
    fille de maman Oxum,
    protégé des Orishas.



    Traduction de Français par Marlene Nass.

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