sexta-feira, 24 de agosto de 2012

ÁRVORE DE BEIRA DE RIO (LUZ E SOMBRAS)


    NALDOVELHO

   Um cão velho de estrada,
   porteira aberta, cercas quebradas,
   caminho de pedras, velho caramanchão,
   casa grande, avarandada, 
   e atrás dela um rio,
   na beira do rio uma árvore...
   Faz tempo eu já passei, 
   ela ainda está por lá.

   Ipê-amarelo, todo ano, mês de setembro,
   ele desperta e vem nos brindar.

   E o velho cão agora mora na varanda,
   lado esquerdo de quem entra,
   e todos os dias aquele menino
   gosta de com ele brincar.

   Casa grande, avarandada, já em ruínas,
   morada de muitos fantasmas
   entre eles um cão velho de estrada,
   um menino e um poeta.

   Só o ipê-amarelo resiste vivo,
   solitária sentinela daquele lugar.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

JEITO CERTO (LUZ E SOMBRAS)

    NALDOVELHO

   Há um jeito certo
   de se trilhar este caminho.
   Eu que mal sei de mim mesmo,
   não raro, tropeço e caio,
   machuco todo o meu corpo,
   mas ainda assim continuo
   meio escombro, meio esboço,
   mesmo que não saiba direito
   onde vou chegar.